Meu amor pela marmita

Uma breve introdução:

Quando eu fui trabalhar em banco pela primeira vez (como era contrato temporário, eu pulava de seis em seis meses entre a Caixa e o Banco do Brasil), descobri que dentro de mim mora um operário. E ele se revela na hora do almoço!
O lance é que contratado de banco e funcionários novos têm 15 minutos de almoço. SÓ 15 MINUTOS! Então não há tempo a perder, a marmita tem que estar preparadinha, prá comer, escovar os dentes e voltar correndinho ao trabalho.

E apesar de ser uma coisa meio desumana, eu ADORAVA esse esquema! Descobri que amo comer marmita! Deus, isso chega a ser deprimente... mas não posso negar esse meu lado proletário!

Mas deixa eu explicar, que marmita de papel alumínio com comida de restaurante não me apetece muito, não. Eu gosto é da quentinha que vem de casa, com a comidinha caseira organizada dentro do Tupperware. Eu AMO comer em potinho até hoje!

Eu me lembro que a hora do intervalo pro almoço era um momento muito sociável, onde todos abriam suas marmitas esquentadas no microondas e olhavam as marmitas uns dos outros, sempre com elogios às mais apetitosas! As pessoas que comiam mal, que levavam sempre qualquer porcaria, eram logo rebaixadas na conversa. Não era nada explícito, mas era um tipo de código de conduta que acontecia sem o nosso controle, quando a gente percebia, pronto, já tava ignorando "a pessoa que trouxe a comida horrível". Os demais começavam a conversa falando sobre a própria comida, como foi feita, como estava temperada, quem fez, essas coisas. Parece coisa de gente doida, mas acredite, era um ritualzinho bacana.

Então, quando eu vi essa marmita japonesa no Paraguai, não resisti! E não custou nem 2 doletas!!!! Ela é encaixável, tem 2 potinhos menores prá salada ou carne, e um potinho maior pro arroz, feijão, macarrão, lasanha, enfim, a comida do dia. E quando a gente abre o encaixe, tem um garfinho acoplado à tampa. oooowwwww!

Agora só falta aprender a decorar a comida e virar uma trabalhadora nipônica!