Memória Olfativa

O pior de ficar gripada, prá mim, não é fungação, não são as dores no corpo todo (até no couro cabeludo!), não são os olhos vermelhos nem os espirros de derrubar quarteirão. O pior de tudo é perder o olfato e o paladar. Deus sabe o quanto eu prezo meus sentidos, e o quanto a minha memória olfativa me é importante. É péssimo comer sem sentir o gosto. Me sinto a própria Selma Simpson, que disse prá Marge que tudo que ela come tem gosto de remédio.

Cheiros, aromas, até fedores são tão importantes na nossa vida!

Eu me lembro de um cheirinho, me faz tão bem lembrar... um perfume que O Boticário nem tem mais, chamado Love Tears, que eu usava quando conheci meu primeiro namorado (que agora é meu atual - e espero que seja ele forever! - e que entre idas e vindas lá se vão mais de 10 anos!), e eu usava esse perfume sempre, e nós dois temos esse aroma na memória, de um perfume que nem existe mais, mas marcou demais a nossa vida. Não é lindo isso?

Ou o cheiro da comida ficando pronta na cozinha, perto do horário do almoço. Se eu estou em casa nesse horário e sinto esse cheirinho, na hora me lembro: eu, deitada no sofá, vendo He-man, depois a Xuxa entrando na nave e se despedindo da Terra.

E tem mais um monte de cheiros inesquecíveis aqui na minha memória: cheiro de spray Karina vai me lembrar eternamente de um Festival de Danças que tinha todo ano no meu colégio, cheiro de o perfume Annete d'O Boticário, que também acho que não existe mais, vai sempre me lembrar minha irmã, o cheiro de chuva molhando a terra seca, cheiro de pipoca estourando na panela, cheiro de banho tomado. Até cheiro de cocô de neném... cada cheiro traz uma lembrança!